Georges Bataille apresenta o erotismo como espelho de um mundo polarizado, regido por princípios antagônicos que agem um sobre o outro e são representados pelo mundo do trabalho, manifesto pela ordem da racionalidade e mantido por um sistema de interditos e pelo mundo da festa, expresso na violência e na desmedida da sexualidade e da morte, pela experiência de transgressão. Transgredir o interdito significa ultrapassar a consciência objetiva e ceder ao impulso que a ele se opunha. Este ultrapassamento é momentâneo e suspende o interdito sem suprimi-lo, mantendo estes dois mundos em permanente estado de tensão e disputa. O que está na base desta luta é a angústia revelada na sexualidade e na morte que, juntas, apresentam o que Bataille compreende por erotismo. A experiência da consciência compreendida como a racionalidade reguladora do mundo produtivo do trabalho é colocada em questão diante da transgressão deste mundo. A História do Olho apresenta de forma ficcional o deslocamento de sentidos do Olho da Consciência, fazendo-o percorrer outras formas – ovo, colhões, mancha – e outros sentidos.

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