O presente trabalho, ancorado na concepção dialógica da linguagem (cf. BAKHTIN, 2001
[1927]; 2002 [1929]; 1990 [1975]; 2003 [1979]; VOLOCHINOV, 2006 [1929]), visa a
analisar a dinâmica da apresentação e da avaliação do discurso do outro, mais precisamente
variantes e esquemas de base (cf. VOLOCHINOV, 2006 [1929]) da categoria conhecida
como discurso relatado (DR), em notícias e artigos digitais sobre a esfera política. Para tanto,
valemo-nos principalmente: da teoria da heterogeneidade enunciativa (AUTHIER-REVUZ,
1982; 1998; 2004) e das constatações acerca de modalização ou de formas da língua que
marcam designações de atitude por parte de um enunciador frente ao conteúdo que enuncia
(KERBRAT-ORECCHIONI, 1980; MAINGUENEAU, 1996 [1986]; CASTILHO e
CASTILHO, 1993 et. al.) O ato de apresentar a enunciação alheia constitui característica dos
gêneros jornalísticos: sejam estes mais informativos ou mais comentaristas; uma fala citada de
alguém ou uma repercussão de um discurso frente a um fato historicamente situado.
Conforme a perspectiva dialógica, tal ação jamais será neutra, ou seja, desprovida dos cortes
ideológico, histórico e social.
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