Para Lacan, discursos são modos de ordenação ou aparelhamento do gozo por
meio da linguagem. Esta é a sua mais importante contribuição para o
entendimento das diferentes formas de laço social. Quatro são os discursos
apresentados por ele no Seminário 17, formalizados estruturalmente por meio
de fórmulas simples (“matemas”). No matema de cada discurso há quatro
lugares (agente, outro, produção e verdade), articulados por meio de vetores e
preenchidos por quatro letras da ‘álgebra lacaniana’, correspondentes ao sujeito
($), ao objeto causa do desejo (a), ao significante mestre (S1) e ao saber (S2).
Nos quatro discursos, a ordem de sucessão horária (ou anti-horária) das letras
pelos lugares é sempre a mesma, independentemente do lugar que elas
ocupam, compondo, portanto, quatro discursos: “discurso do amo (ou mestre)”,
“discurso universitário”, “discurso do analista” e “discurso histérico”,
correspondentes aos impossíveis freudianos de governar, educar, analisar,
acrescidos do adendo lacaniano do fazer desejar.

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