Imagine que você é um professor de Inglês em uma escola de língua portuguesa.
- Você tem 25 alunos, com idades entre 8 e 16
- Todos possuem diferentes níveis de Inglês (de mal saber contar a ser fluente em Inglês)
- Você só tem 90 minutos por semana de aula de Inglês
No meu primeiro dia eu queria causar uma boa impressão – Eu queria todos AMASSEM inglês – e o associassem com diversão e curiosidade. Então me vesti como Clark Kent e coloquei um vídeo motivacional do Superman, que iria mantê-los curiosos e focados na ação que estava acontecendo na frente de seus olhos:
À medida que o filme terminou tirei a camisa e os óculos do Clark Kent, dando a vida ao Superman …
Estava parecido de alguma forma com isso (sem minha companheira super-herói Tomb Raider):
Eles gritaram e aplaudiram com grande entusiasmo!
Eu tinha a sua atenção! Agora eu precisava avaliar o nível de Inglês de cada um deles. Convidei um por um para chegar na frente da classe para apresentar-se em Inglês e dizer o que era a sua paixão, mesmo que fosse com uma ou duas palavras. Aqueles que sabiam menos foram auxiliados por aqueles que sabiam mais do Inglês.
Foi muito difícil manter a atenção de todos na sala de aula, especialmente os de 8 anos de idade, ficando cada vez mais ativos e se tornando uma grande distração para o resto.
Como eu poderia ser capaz de ensinar 25 crianças que eram tão diferentes em idade e no nível de Inglês?
Eu defini uma reunião no dia seguinte com o diretor da escola … e nós acordamos uma solução: Eu daria uma aula particular para cada aluno: “apenas” 10-15 minutos por aluno a cada 3 semanas.
Para minha surpresa, isso funcionou surpreendentemente bem! Ao voltar para as crianças após 3 semanas, os seus níveis de inglês estavam claramente melhor do que 21 dias antes!
Como isso poderia ter acontecido?
Duas coisas tornaram isso possível:
- Foi a minha primeira prioridade e mais importante compreender as suas motivações. O que cada um deles gostava? O que eles gostam de conversar e pesquisam sobre?
- Uma vez eu tive uma imagem clara do que eles eram apaixonados, eu me concentrei na ligação entre a sua motivação pessoal/paixão de recursos que só podiam ser encontrados em Inglês. Mostrando-lhes que há recursos em Inglês que não poderiam ser encontrados em Português, isso virou algo muito interessante para eles.
Se a paixão era skate, eu assistia a entrevistas e comentários de competições de skate em Inglês – se a motivação era Enrique Iglesias nós cantamos Karaokê de suas canções em inglês, se a paixão era Pokémon, nós visitaos o Japão no Google Maps & Wikipedia …
Ajudei-los acender uma faísca de Inglês para dentro do mundo de suas motivações. Alguns me enviaram e-mails com novos recursos em Inglês que encontraram na internet, outros estavam me mandando mensagens no WhatsApp em Inglês … até mesmo os professores de português estavam praticando seu Inglês para cima e para baixo nos corredores!
Cada um deles viu o Inglês como algo divertido. Algo interessante, algo útil. E isso foi o suficiente para que eles fossem mais abertos e atentos para querer entender Inglês, para ser menos tímidos ao praticar inglês, para dar boas-vindas ao inglês em seu mundo.
Quem teria pensado que 10-15 minutos a cada 3 semanas fossem suficientes para ajudar um aluno a aprender constantemente inglês?
Devemos entender que a solução não é os professores ensinando mais, mas sim os alunos querendo aprender. E podemos ajudar, prestando verdadeira atenção às suas motivações.
Motivação é a chave.
Artigo originalmente publicado aqui.