A maioria das pessoas diria que brincar é uma parte essencial da infância. Crescemos correndo em torno da casa, construindo mundos imaginários e explorando o ar livre. Mas para um número crescente de meninos e meninas, a brincadeira de criança simplesmente não está acontecendo. As consequências para o desenvolvimento infantil podem ser graves.
“As brincadeiras desapareceram em grande parte”, diz Joan Almon, co-fundadora da Aliança para a Infância, uma organização que promove o desenvolvimento e a aprendizagem saudável da criança. “É muito chocante o pouco tempo que as crianças gastam em sua própria brincadeira.” Por “brincar”, ela diz, “não estamos falando de esportes organizados ou jogos de vídeo-game. O que estamos pensando é um jogo que a própria criança inicia e coordena”, diz ela.
De acordo com um novo relatório da Academia Americana de Pediatria, o que as crianças realmente precisam para o desenvolvimento saudável é mais tempo para as brincadeiras mais tradicionais. Elas simplesmente não estão recebendo o suficiente. “Esta privação afeta a saúde mental e física, bem como capacidades cognitivas e sociais”, diz Elizabeth Goodenough, PhD, que ajudou a desenvolver um documentário na PBS, “Onde as crianças brincam?”.
Quando as crianças começam e desenvolvem a brincadeira, elas desenvolvem habilidades sociais, resolução de problemas, pensamento criativo, autoconsciência e confiança. Além disso, é uma ótima oportunidade para o exercício saudável. Então, o que está impedindo as crianças de obter os benefícios?”Há muitos fatores diferentes que contribuem para a perda do jogo”, diz Almon.
Entre estes, diz ela, é uma pressão crescente para que as crianças alcancem e realizem coisas em idades cada vez mais novas, de acordo com padrões adultos. Uma consequência disso é a falta de tempo livre que resulta de uma abundância de atividades programadas, como aulas de música, prática esportiva e sessões de tutoria acadêmica.
Outro grande protagonista é a percepção dos pais de que o mundo é um lugar perigoso onde as crianças devem ser mantidas dentro de casa. “Muito poucos pais vão dar às crianças o tipo de liberdade que eles costumavam ter”, diz Almon, As crianças de hoje são muito mais seguras do que eram há 20 anos.
Mas talvez, o maior obstáculo para brincar hoje é a crescente prevalência da mídia eletrônica na vida das crianças. Os eletrônicos, diz Almon, ocupam uma média De 4-6 horas por dia para as crianças, deixando muito pouco tempo ou motivação para brincadeiras.
Então o que a família tem que fazer? Felizmente, não é preciso muito para mudar as coisas, e a solução é bastante simples. Aqui está o que Almon e Goodenough sugerem:
Fazer brincadeira de criança o ao ar livre uma obrigação.
“Na maioria dos bairros, é seguro sair”, diz Almon. Então saia! No mínimo, ela recomenda uma curta caminhada todos os dias.
Não faça programação com atividades dirigidas para adultos.
“Eu diria que a maioria das crianças de idade elementar precisa de uma ou duas horas de recreação por dia”, diz Almon. Isso significa não ter nenhuma programação imposta por adultos!
Limite o acesso à televisão e ao computador.
Almon sugere fazer uma avaliação de como e quando sua família se envolve com as tecnologias. É por meia hora como uma família? Ou seus filhos estão assistindo televisão ou usando o computador incessantemente? “Tome decisões caso isso esteja ficando no caminho da vida social”, sugere Almon.
Crie uma comunidade.
Torne-se um promotor da brincadeira organizando um grupo ou evento comunitário para aumentar a consciência da importância das brincadeiras. Goodenough sugere colaborar “em uma performance, instalação, exibição de biblioteca, leitura pública, atividade de conferência ao ar livre ou evento especial” para transmitir a mensagem. Seja criativo!
Acima de tudo, os pais devem lembrar que o jogo não é apenas uma diversão para as crianças. Goodenough diz: “Este processo de auto-descoberta merece ser tratado com tanto cuidado e respeito por educadores e famílias como o cultivo da alfabetização e o domínio de habilidades matemáticas.” Então limpe sua programação e começar a brincar!
Artigo originalmente publicado aqui.