Você recebe a carta da oferta e sente uma onda de esperança. Depois de algumas rodadas de negociação, você aceita o trabalho. Você está feliz e otimista, assim como seus novos colegas de trabalho e gerentes.
Se acaba sendo um bom ajuste, você vai se sentir desafiado, recompensado, engajado e até mesmo feliz no trabalho. Mesmo as frustrações vão se sentir frutíferas, porque você é um bom trabalhador e gosta de desafios.
Mas é o trabalho que te propicia a vida que você quer? Você está prosperando porque você está trabalhando aqui, ou há algo no fundo da consciência que não se sente perfeitamente bem?
Se você não está prosperando pessoalmente mesmo que você tenha um bom trabalho, pode ser porque há algumas forças invisíveis no trabalho. Eu não quero dizer fantasmas ou magos – quero dizer algo chamado contágio social. É uma força poderosa, principalmente oculta, que exerce uma influência poderosa sobre o nosso bem-estar.
Três graus de separação
Em 2007, os sociólogos Nicholas Christakis e James Fowler propuseram a ideia de contágio social para explicar os dados provenientes de vários estudos que estavam conduzindo.
Os sociólogos sabem há anos que, se um dos cônjuges morrer, o risco de morte do sobrevivente pode quase dobrar. Mas Christakis e Fowler demonstraram que esse tipo de impacto secundário estava em jogo em todos os relacionamentos e poderia prever mais do que apenas a mortalidade.
O que eles conseguiram mostrar é que as redes sociais que ocupamos influenciam em todos os aspectos de nossas vidas, incluindo os níveis de sucesso e estresse que experimentamos em nossas carreiras.
Em um estudo, eles descobriram que se seu amigo se tornar obeso, sua chance de se tornar obeso aumenta em 45 por cento. Mas não para por aí. Se o amigo de seu amigo torna-se obeso, sua probabilidade de obesidade aumenta em 25 por cento.
Isso é verdade mesmo se você nunca conhecer ou mesmo saber da existência desta conexão de segundo grau. É uma influência inconsciente que flui através de uma rede social, operando além de nosso controle e percepção.
O impacto diminui drasticamente após três graus de separação, mas afeta todos os tipos de resultados que experimentamos. Nossa saúde, bem-estar financeiro e até mesmo probabilidade de divórcio são todos influenciados pela companhia que mantemos – e a companhia que essas pessoas mantêm.
Como as pessoas influenciam no seu trabalho
Quando você aceita um novo emprego, você está adotando uma rede social já pronta. Seus colegas de trabalho são pessoas que você passa muito, se não, a maioria de seu tempo. Eles se tornam uma parte grande da sua vida e influenciam seu cotidiano
Uma pergunta simples pode iluminar o impacto potencial da rede: eu quero ser como essas pessoas?
Questione isso antes de entrar para uma organização, aceitar um emprego ou mesmo se casar. Uma vez que você está comprometido, é muito mais difícil ver as coisas claramente, já que tendemos a ser parcial em favor de grupos que já fazemos parte.
Pense sobre essas pessoas (e suas redes). Eles têm as coisas que você quer para si mesmo? Eles estão felizes? Eles têm bons casamentos, boa saúde e comunidades de apoio? São pessoas que você quer se inspirar?
Antes de aceitar um trabalho ou permanecer nesse emprego, considere cuidadosamente não só o produto, o pagamento e a finalidade da organização, mas também a rede social a que você vai se juntar. Assim como você pode exercer influência sobre sua nova comunidade de colegas de trabalho, lembre-se que eles, seus amigos e famílias também estarão exercendo influência sobre você.
Como líderes de organizações que querem atrair profissionais de primeira linha, olhe ao redor de sua própria cultura e pergunte a si mesmo se as pessoas nela são saudáveis, felizes e produtivas. Coloque-se no lugar dos empregados e pergunte-se se você estaria feliz.
Artigo originalmente publicado aqui.