Certo dia eu participei de um fórum realizado para explicar uma questão externa e complexa para funcionários de uma grande corporação. A intenção era admirável: Quanto mais funcionários soubessem sobre o assunto, mais preparados estariam para responder perguntas sobre o assunto.
Mas os organizadores cometeram um erro clássico: Eles gastaram toda a sua energia descobrindo o que apresentar de conteúdo, em vez de criar uma experiência interativa. Como resultado, uma grande quantidade de informação foi compartilhada. Mas restaram apenas 10 minutos para a sessão de perguntas e respostas, que é sempre a parte mais animada e mais útil desse tipo reunião.
Na verdade, as perguntas são uma das técnicas mais eficazes na comunicação – muito mais poderosas do que as apresentações. Por quê? Fico feliz que tenha perguntado! Aqui estão 11 razões:
- As perguntas mostram que você se preocupa com os membros da audiência — e que a comunicação é toda focada neles. Seja fazendo perguntas (“Qual é a sua perspectiva sobre este assunto?”) ou pedindo por perguntas, você está demonstrando respeito.
- Nós imploramos por autenticidade. Comunicações controladas parecem falsas para nós. Mas perguntas tornam a experiência imediata e real.
- Perguntas tomam tempo, mas criam energia. (Se a sessão é de uma hora, permita pelo menos 20 minutos – de preferência 30 – para perguntas e respostas). Como toda experiência interativa, uma sessão de perguntas aumenta os batimentos cardíacos dos membros da audiência. Eles vão de um estado de descanso passivo, para um estado de participação ativa.
- Escutar só toma uma parte da nossa capacidade mental. Por isso, tendemos a fazer multitarefas mentalmente quando sentamos para assistir uma apresentação: pensamos em nosso próximo encontro, nos perguntamos o que devemos pedir para jantar ou fantasiamos sobre os 10 dias de férias no Caribe. Mas quando o facilitador faz uma pergunta como esta – “Como podemos superar esse obstáculo?” – Nós mudamos para o modo completo de resolução de problemas.
- Líderes parecem mais humildes e mais acessíveis quando eles não parecem ter todas as respostas. Uma vez que ninguém (inclusive você) tem, na verdade, todas as respostas, as perguntas constroem a confiança.
- Na maioria das organizações, é surpreendente e inesperado criar uma experiência de reunião participativa. Sim, é triste que tantas reuniões consistam em nada mais do que chatas apresentações, mas esta é também uma oportunidade para quebrar o molde.
- As perguntas são uma ótima maneira de brainstorm e formação de ideias. Uma folha de papel em branco pode ser assustadora, mas é fácil para as pessoas lidarem com uma série de perguntas como estas: “Quais são as três maneiras mais simples de melhorar este processo? E se tudo estiver detonado – como poderíamos conseguir este feito? E se o processo fosse invertido; o que faríamos diferente como resultado? “
- Abordar questões difíceis ajudam as pessoas a lidar com a mudança. Eles estão preocupados com o que vai acontecer, e eles estão pensando em cenários na pior das hipóteses. Assim, quando um líder se dirige a todos na sala – mesmo que ele ou ela ainda não saiba das respostas – isso ajuda a liberar a tensão. As pessoas se sentem ouvidas.
- Apresentações tendem a ser gerais, já que os apresentadores tentam compartilhar algo que se relaciona a todos na plateia. As perguntas são maravilhosamente específicas, o que as torna mais compreensíveis. Além disso, respostas específicas são muito mais úteis do que conceitos abstratos.
- Não existem perguntas idiotas. Cada pergunta é importante porque fornece uma perspectiva valiosa sobre como as pessoas pensam, com o que elas se preocupam e o que elas precisam. Isso faz com que até mesmo a mais simples pergunta valha a pena.
- Sócrates estava certo. O filósofo grego descobriu que perguntas constroem um conhecimento mais profundo do que apenas fornecer informações. (Seu método – ex duco – significa “levar para fora”, como se estivesse elaborando conhecimento; o termo cria uma raiz para a palavra “educação”.)
Texto original por: Alison Davis
Tradução por: Crislayne Santos