Certo dia eu participei de um fórum realizado para explicar uma questão externa e complexa para funcionários de uma grande corporação. A intenção era admirável: Quanto mais funcionários soubessem sobre o assunto, mais preparados estariam para responder perguntas sobre o assunto.

Mas os organizadores cometeram um erro clássico: Eles gastaram toda a sua energia descobrindo o que apresentar de conteúdo, em vez de criar uma experiência interativa. Como resultado, uma grande quantidade de informação foi compartilhada. Mas restaram apenas 10 minutos para a sessão de perguntas e respostas, que é sempre a parte mais animada e mais útil desse tipo reunião.

Na verdade, as perguntas são uma das técnicas mais eficazes na comunicação – muito mais poderosas do que as apresentações. Por quê? Fico feliz que tenha perguntado! Aqui estão 11 razões:

  1. As perguntas mostram que você se preocupa com os membros da audiência — e que a comunicação é toda focada neles. Seja fazendo perguntas (“Qual é a sua perspectiva sobre este assunto?”) ou pedindo por perguntas, você está demonstrando respeito.
  2. Nós imploramos por autenticidade. Comunicações controladas parecem falsas para nós. Mas perguntas tornam a experiência imediata e real.
  3. Perguntas tomam tempo, mas criam energia. (Se a sessão é de uma hora, permita pelo menos 20 minutos – de preferência 30 – para perguntas e respostas). Como toda experiência interativa, uma sessão de perguntas aumenta os batimentos cardíacos dos membros da audiência. Eles vão de um estado de descanso passivo, para um estado de participação ativa.
  4. Escutar só toma uma parte da nossa capacidade mental. Por isso, tendemos a fazer multitarefas mentalmente quando sentamos para assistir uma apresentação: pensamos em nosso próximo encontro, nos perguntamos o que devemos pedir para jantar ou fantasiamos sobre os 10 dias de férias no Caribe. Mas quando o facilitador faz uma pergunta como esta – “Como podemos superar esse obstáculo?” – Nós mudamos para o modo completo de resolução de problemas.
  5. Líderes parecem mais humildes e mais acessíveis   quando eles não parecem ter todas as respostas. Uma vez que ninguém (inclusive você) tem, na verdade, todas as respostas, as perguntas constroem a confiança.
  6. Na maioria das organizações, é surpreendente e inesperado criar uma experiência de reunião participativa. Sim, é triste que tantas reuniões consistam em nada mais do que chatas apresentações, mas esta é também uma   oportunidade para quebrar o molde.
  7. As perguntas são uma ótima maneira de brainstorm   e formação de ideias. Uma folha de papel em branco pode ser assustadora, mas é fácil para as pessoas lidarem com uma série de perguntas como estas: “Quais são as três maneiras mais simples de melhorar este processo? E se tudo estiver detonado – como poderíamos conseguir este feito? E se o processo fosse invertido; o que faríamos diferente como resultado? “
  8. Abordar questões difíceis ajudam as pessoas a lidar com a mudança. Eles estão preocupados com o que vai acontecer, e eles estão pensando em cenários na pior das hipóteses. Assim, quando um líder se dirige a todos na sala – mesmo que ele ou ela ainda não saiba das respostas – isso ajuda a liberar a tensão. As pessoas se sentem ouvidas.
  9. Apresentações tendem a ser gerais, já que os apresentadores tentam compartilhar algo que se relaciona a todos na plateia. As perguntas são maravilhosamente específicas, o que as torna mais compreensíveis. Além disso, respostas específicas são muito mais úteis do que conceitos abstratos.
  10. Não existem perguntas idiotas. Cada pergunta é importante porque fornece uma perspectiva valiosa sobre como as pessoas pensam, com o que elas se preocupam e o que elas precisam. Isso faz com que até mesmo a mais simples pergunta valha a pena.
  11. Sócrates estava certo. O filósofo grego descobriu que   perguntas constroem um conhecimento mais profundo do que apenas fornecer informações. (Seu método – ex duco – significa “levar para fora”, como se estivesse elaborando conhecimento; o termo cria uma raiz para a palavra “educação”.)

Texto original por: Alison Davis

Tradução por: Crislayne Santos